No Dia Internacional da Mulher, conheça a história de uma cientista que faz jus a este título
Estrelas brilham em qualquer lugar. Ainda que a participação da mulher em cargos de gestão no mercado de trabalho esteja abaixo do esperado, elas fazem toda a diferença com características únicas e capazes de mudar o perfil de gestão das empresas.
Na Unimed Laboratório, 85% do quadro de colaborares é ocupado por mulheres. A cientista Roberta Lelis Dutra, de 34 anos, é um exemplo que inspira e reforça os efeitos positivos da inserção das mulheres em cargos de gestão para fazer as empresas crescerem ainda mais.
Mulher, cientista e gestora. A especialista em Biologia Molecular, que está à frente de uma importante equipe da Unimed Laboratório, cresceu em São Paulo e, desde muito cedo, já sabia que o futuro seria de muitas surpresas e desafios.
Filha. Criada por uma mãe guerreira e superprotetora, sempre foi estimulada a estudar e buscar independência. Ainda na escola, em Mauá (SP), Roberta quis participar de um projeto de uma escola mirim, que permitia o ingresso formal no mundo do trabalho por meio de cursos de qualificação profissional básica ao adolescente aprendiz. Claro que a mãe não deixou. Mesmo contando os segundos para poder colocar em prática aquilo que tanto ouvia, ela não se frustrou com a negativa. Pelo contrário. Esperou e, tempos depois, deu início à sua primeira experiência profissional em uma loja popular de produtos de R$ 1,99, antes mesmo de ingressar no ensino superior.
Cursar Biologia era a realização de um sonho. E foi no segundo ano da graduação, em Santo André, o encontro com uma grande oportunidade. “Comecei a fazer pesquisas em um hospital de referência na região. Fui fazer o que gostava e era diferente. A partir disso, ganhei uma bolsa. Foi o primeiro projeto de pesquisa cientifica do hospital – sobre câncer de cabeça e pescoço”, lembra.
Inquieta, com o fim da iniciação científica, passou a buscar por geneticistas com quem pudesse fazer contato. “Com a cara e coragem para continuar a estudar a genética das doenças raras, consegui uma nova oportunidade. Depois de oito ou nove meses, comemorava a bolsa para o mestrado”. Mais uma etapa concluída, hora de descansar. Doce engano. Era chegado o momento de partir para o doutorado. Mesmo em crise entre se manter na pesquisa – sem dinheiro, já que estava sem bolsa de estudos – e ir para o mercado de trabalho, ela decidiu seguir. Era um possível conflito entre a Roberta esposa e a profissional. Com diálogo, reflexão e o apoio do marido, encarou o desafio e passou quatro meses estudando genética na cidade de Coimbra, em Portugal.
Abraçar. Parece que esta palavra simples, mas com tanto significado, rege alguns momentos da vida da cientista. Ao fim do Doutorado, recebeu uma proposta para gerir a área de genética de um laboratório em Curitiba. Oportunidade de crescer e gerir o espaço. Desafio aceito, oportunidade abraçada. Mas ela não abraçou a mudança sozinha. O marido foi parceiro e aceitou largar tudo – emprego, casa, família – e mudar para a capital paranaense.
Até aqui parece fácil ser mulher. Mas nunca foi. Sempre otimista, a Roberta também poderia ser artista circense. Haja equilíbrio para promover uma sinergia entre todas as áreas da vida. E você já entenderá o porquê.
Esposa do Thiago e mãe da Alice e da Lívia. Mesmo com a rotina corrida e repleta de multitarefas, a cientista vivenciou a primeira experiência com a maternidade. Foi a Alice a responsável por apresentar mais um (e novo) mundo para a Roberta.
“Se alguém falasse que eu casaria, teria duas filhas, três cachorros, seria gestora de um laboratório e ainda cuidaria de uma casa, certamente chamaria essa pessoa de louca”. Sim, a Roberta tem duas filhas. Mas mamãe falará já já sobre ela.
Dois anos após aterrissar em terras curitibanas, a cientista chegou à área de Genética e Biologia Molecular da Unimed Laboratório. Quando estava com a carreira tranquila, com uma filha e completando três meses no novo emprego… surpresa! Ela descobriu que estava grávida. Mas esta não foi a única novidade. Ela também assumia, no mesmo período, a gestão da sua equipe de trabalho.
“Fiquei muito ansiosa quando descobri que estava grávida pela segunda vez, com apenas três meses de atuação na Unimed Laboratório. Porém, desde o princípio, todos me apoiaram muito e, inclusive mantiveram os planos profissionais relacionados a mim. A segurança de saber que no retorno da licença maternidade estarão todos de braços abertos para me receber e dar continuidade ao meu trabalho, traz a tranquilidade e a confiança necessária para curtir este momento da licença-maternidade”, conta emocionada.
Hoje, em licença-maternidade e com a pequena Lívia prestes a completar três meses, ela tem a certeza que toda a trajetória valeu e tem valido a pena. “Ser mãe foi a melhor coisa que me aconteceu. Pela segunda vez, em meio a muitas transformações profissionais, foi um período para ressignificar as várias Robertas que habitam em uma só”, comemora.
Para ela, a mulher pode ter todos os papeis que quiser. Além do esforço e comprometimento, é importante que tenha uma rede de apoio para isso. Um local de trabalho com um ambiente sadio e um companheiro que entenda o seu papel. O Thiago, marido da Roberta, não a ajuda com as tarefas domésticas e com as crianças, mas sim entende o seu papel na família e divide as suas atividades com muita responsabilidade, bem como a apoia em todas as escolhas profissionais que ela faz.
Felicidade. Esta é a palavra que define o sentimento em trabalhar em uma empresa humana e que deu todo o apoio e suporte ao seu momento atual, desde a gestação e agora na licença- maternidade.
No período da licença-maternidade, além de curtir as pequenas e a família, ela faz planos para a vida pessoal e profissional. “A gente acredita que a genética precisa chegar para todo mundo. Queremos integrar as informações de forma multidisciplinar, somando a atuação médica e auxiliar neste processo. Não vejo a hora de voltar para o laboratório, pesquisar, buscar novas tecnologias, cumprir com o meu papel de cientista”.
Mas e a família, Roberta? O marido, os cachorros e a casa, como ficam? “Amo essa rotina e busco me dedicar de forma única, priorizando tudo, mas no seu devido momento. Ao fim da licença-maternidade, assumo uma nova rotina. Em setembro, planejo as primeiras férias do trabalho da minha vida. E serão especiais, pois será um momento dedicado para a família, com todos juntos. Queremos passear e brincar”.
Hoje, ela brilha ao lado das filhas, Alice completou dois anos e Lívia três meses. Um desafio gigantesco entre o ciúme, o carinho e a interação, afinal, são dois momentos muito diferentes. Amanhã (que está logo ali, mais à frente), Roberta brilhará no mercado de trabalho… e aonde ela quiser.
Roberta, que nunca deixou de pensar na sua carreira para ser mãe e nunca deixou de pensar em ser mãe pela sua carreira, lembra que uma coisa não anula a outra. “Essa é a reflexão e, até mesmo a inspiração, que eu quero deixar para todas as mulheres: não é preciso abandonar nenhum sonho pelo outro”.
Linda trajetória! Grande mulher é profissional!!❤😘