Esse problema é mais comum do que se pensa. Homens e mulheres têm chances iguais de serem inférteis, mas o homem geralmente não apresenta sinais
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que 80 milhões de homens ao redor do mundo sejam inférteis. No Brasil, cerca de 40% dos casos de infertilidade conjugal estão relacionados exclusivamente à infertilidade masculina, enquanto outros 40% decorrem de causa feminina e 20% são casais em que tanto o homem quanto a mulher apresentam a doença.
Embora os percentuais sejam os mesmos, a infertilidade feminina é mais conhecida porque na maioria dos casos a infertilidade masculina não apresenta sintomas. Entre as causas mais comuns para a infertilidade do homem estão a dilatação anormal das veias dos testículos, infecções e inflamações no aparelho reprodutivo masculino, falha na descida dos testículos, alterações hormonais, traumas cirúrgicos e anomalias genéticas.
A varicocele (presença de varizes na região escrotal), que é diagnosticada por um simples exame físico, é a principal causa. De acordo com o médico cooperado Unimed Curitiba especialista em urologia, Emir de Sá Riechi, a varicocele atinge de 30 a 40% dos homens com suspeita de infertilidade. Obesidade, tabagismo, uso de anabolizantes, doenças sexualmente transmissíveis e infecções não tratadas são algumas das causas.
Pesquisas recentes da Universidade de Medicina de São Paulo (USP) indicaram que a COVID-19 pode afetar a fertilidade masculina. O estudo da USP avaliou pacientes de 18 a 55 anos diagnosticados com a doença e o resultado mostrou que, apesar de assintomáticos, 42,3% apresentaram epididimite, uma inflamação do epidídimo – canal localizado na parte posterior dos testículos por onde passam os espermatozoides. Os estudos também indicaram que o coronavírus afeta as células responsáveis por produzir a testosterona, o principal hormônio masculino.
O urologista pondera, no entanto, que tanto a epididimite quanto a baixa do nível de testosterona podem ter recuperação. “Mas a velocidade da cura está ligada a outros fatores. Se o indivíduo usa bebida alcoólica em excesso, drogas ou tem outras lesões no órgão reprodutor, a recuperação pode ser mais lenta. Por isso a importância de manter hábitos de vida saudáveis”, ressalta.
Exames e testes genéticos ajudam a descobrir as causas
O espermograma é o primeiro exame a ser feito quando há suspeita de infertilidade masculina. A Unimed Laboratório realiza, em média, de 270 exames desse por mês. A partir da análise do sêmen coletada pelo laboratório, são observadas características como qualidade e a vitalidade dos espermatozoides. A faixa normal de espermatozoides é entre 15 milhões a mais de 200 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen. Um homem terá uma baixa contagem se tiver menos de 15 milhões de espermatozoides por mililitro.
Exames de sangue para investigar a dosagem hormonal e saber se existe algum hormônio em desequilíbrio que possa afetar a infertilidade também podem ser solicitados. O principal hormônio a ser avaliado é a testosterona, responsável pela libido e pelas funções reprodutivas. São mais de 4.500 pedidos desse exame recebidos pelo laboratório em Curitiba e Região Metropolitana mensalmente.
Algumas condições genéticas causam alteração cromossômica provocando um problema na qualidade ou na produção de espermatozoides. Elas correspondem de 10 a 15% dos casos de infertilidade masculina e aumentam o risco de falhas na implantação do embrião e abortamento de repetição. A cariotipagem (estudo genético que mostra grandes rearranjos cromossômicos como perda genética, duplicações, inversões e translocações) é realizado pela UniGenne, área especializada em diagnóstico genético molecular da Unimed Laboratório, e consegue detectar essas anormalidades. A mais frequente delas é a Síndrome de Klinefelter, que acomete principalmente homens com azoospermia (ausência se espermatozoides) ou oligorspermia (baixa contagem espermática).
Quando há suspeita de alterações cromossômicas que podem levar à infertilidade, o casal deve buscar ajuda especializada e realizar análise genética. Assim, é possível avaliar os danos genéticos e a probabilidade de ter filhos. De acordo com o especialista em biologia molecular da UniGenne Bruno Zagonel Piovezan, mutações no gene CFTR também causam infertilidade masculina, sendo a principal em homes com ausência bilateral congênita dos canais deferentes. “Outras alterações ainda podem ser investigadas utilizando técnicas de análise genômica global como CGH-array e Sequenciamento do Exoma”, complementa Piovezan.
É de extrema importância escolher um laboratório confiável para a realização dos exames e testes, pois a análise deve ser precisa. A UniGenne atende todo o território nacional pelo sistema de coleta domiciliar, com envio de kit para coleta e análise. De acordo com o especialista, cada caso deve ser avaliado conforme a sua especificidade e o médico especialista é quem vai avaliar e indicar os exames e tratamentos mais adequados.