A doença teve alta incidência na pandemia. Nova versão da vacina pode ser aplicada em imunossuprimidos e deve ser tomada mesmo por quem já foi infectado
A doença infecciosa já afeta ¼ da população mundial e é provocada pelo mesmo vírus da catapora. Em fase inicial, pode ser confundida com alergia, mas a herpes-zóster pode ter complicações bem sérias. No Brasil, o número de casos registrados aumentou 35% durante a pandemia, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Alterações na rotina provocadas por situações de estresse, sedentarismo e maus hábitos alimentares durante o período pandêmico são fatores associados à baixa imunidade, que podem levar a manifestação do vírus.
A nova vacina utiliza vírus inativados, é recomendada para pessoas com mais de 50 anos de idade e imunossuprimidos e tem eficácia de mais de 90% que o anterior – até o início do ano, a vacina existente continha vírus atenuado e não era recomendada para imunossuprimidos. O novo imunizante, Shingrix®, está disponível na Unimed Laboratório, em Curitiba, e o esquema vacinal conta com duas doses. Para cobertura completa, é necessário um intervalo de no mínimo dois meses entre as aplicações.
Herpes-zóster
“A doença pode surgir em qualquer pessoa que tenha tido contato com o vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora, mesmo que a pessoa não tenha desenvolvido essa doença na infância. O vírus fica inativo no organismo e, com o passar do tempo, pode ser reativado, migrando para a pele e causando a herpes-zóster. Isso acontece geralmente com pessoas acima dos 50 anos de idade, ou adultos que apresentam quadro de baixa imunidade ou fazem uso de medicamento imunossupressores”, afirma o médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em infectologia, Moacir Pires Ramos. Se não tratada de forma rápida, a doença pode evoluir para cegueira, perda auditiva, encefalite ou meningite e até paralisia facial.
Atenção aos sinais
O primeiro sinal é o aparecimento de uma faixa de bolhas pequenas no tronco e uma forte dor nos nervos, conhecida como dor nevrálgica. “Essa dor pode ter intensidade média ou forte, começa antes do surgimento das lesões na pele e pode durar meses após o desaparecimento das bolhinhas”, afirma a médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em dermatologia, Rossana Spoladore.
A dor e as bolhas seguem o trajeto de um nervo – por esse motivo, a doença é também conhecida como cobreiro, pois formam um caminho lembrando o desenho de uma cobra. De acordo com a especialista, essa distribuição é bastante característica e, por isso, o diagnóstico é clínico, não necessitando de exames complementares. “Se notar alguma dessas características, é importante procurar um médico imediatamente para que o tratamento seja iniciado o quanto antes caso o diagnóstico seja confirmado. Além disso, reforçamos a importância da vacina, porque ela é fundamental na prevenção da doença e de suas complicações”, conclui.