O tabaco é considerado uma epidemia global que mata quase 6 milhões de pessoas por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Dessas vítimas, mais de 600 mil são não fumantes, vítimas do fumo passivo. De acordo com o instituto, sem alterações de cenário, estão previstas mais de 8 milhões de mortes por ano a partir de 2030. Neste 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, mais uma vez autoridades e entidades de todo o país concentram esforços em campanhas de conscientização.
“O tabagismo é uma das principais causas de morte no mundo, junto com a hipertensão. Esse vício causa desde câncer de pulmão, mama e intestino até doenças cardiovasculares, além de outras patologias”, destaca Mauro Scharf, diretor médico da Unimed Laboratório.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial adulta seja fumante. O Brasil é um dos oito países que atingiram quatro metas ou mais, recomendadas pela OMS, para reduzir doenças e mortes relacionadas ao tabaco, de acordo com o relatório “Who report on the global tobacco epidemic”, divulgado em julho de 2017. “Mesmo com alguns avanços, é preciso um esforço ainda maior para mudar esses números. O aumento de preços é uma das medidas para dificultar a aquisição do cigarro. As medidas de apoio para diminuir o hábito do tabagismo, como médicos especialistas, psicólogos e medicações disponíveis para auxiliar no tratamento, precisam ser mais acessíveis, atingindo maior número de dependentes. Devemos conseguir resultados mais concretos para diminuir as doenças que o tabagismo acarreta”, completa o médico.
Além dos problemas de saúde, há os impactos econômicos. No Brasil, um estudo sobre o assunto (http://www.scielo.br/pdf/csp/v31n6/0102-311X-csp-31-6-1283.pdf) revelou que em 2011 foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas das mais de 50 doenças tabaco-relacionadas. De outro lado, a arrecadação com impostos sobre cigarros (produto de tabaco mais consumido) recolhidos naquele ano foi da ordem de R$ 6 bilhões. Mas o custo do tabagismo no Brasil avaliado pela pesquisa ainda está subestimado: não incluiu as perdas geradas pelo absenteísmo, perda de produtividade, despesas das famílias dentre outros gastos indiretos relacionados ao tabaco.